A primeira edição do Festival “Alentejo World Heritage’ teve início ontem (25/8) em Cabrela, no Largo Pascoal Coelho, perante uma audiência de centenas de pessoas que se deslocaram àquela singular vila do concelho de Montemor-o-Novo. A iniciativa pretende juntar três artes que foram consideradas como Património Cultural Imaterial da Humanidade, o cante alentejano, o fado e o flamengo.
David Lopes, diretor do festival, fez a apresentação desta iniciativa, referindo o cante alentejano como “uma voz que são muitas porque o Alentejo não tem fim”. Introduzindo a convidada da noite, Celina da Piedade, o diretor referiu que ela “é uma mulher que é uma força da natureza” e que “quer muito cantar com toda a vila”.
Para iniciar a noite, o Grupo Coral Fora D’oras subiu ao palco com uma moda inicial. Celina da Piedade surgiu de seguida e, como é seu hábito, começou logo a estabelecer uma relação entre quem estava no palco e quem estava na assistência, cantando um tema de forte cariz popular: ‘Ceifeira, linda ceifeira’.
O espetáculo foi continuando com a cantora a referir a razão de trazer estas canções ao palco. Celina da Piedade referiu que o seu reportório se baseia no Cancioneiro Alentejano porque pretende preservar as antigas modas do Alentejo que estão muitas vezes quase perdidas. “A minha missão principal é ir à procura de modas que já não se cantam; vou à procura da memória”, frisou.
Mantendo sempre um contacto próximo com o público presente, foram sendo cantadas diversas modas alentejanas conhecidas da assistência, tais como ‘Laranja da China’, ‘Mas que laranja tão doce’, ‘Saias da moda’ e outras. Alargando o campo do seu trabalho, Celina trouxe também a Cabrela um tema do Norte, ‘A saia da Carolina”, e outro do Sul, um corridinho do Algarve ‘Rebola da bola’.
A terminar, o Grupo Fora D’oras voltou ao palco para um final conjunto, com destaque para o tema ‘Limoeiro’ com todos a cantarem sem instrumentos musicais.
A.M. Santos Nabo
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