Neste mês de abril, o jornal Folha de Montemor volta a mudar de calendário, completando 32 anos de serviço público em prol deste concelho. Apesar da situação de pandemia que a todos tem afetado, a equipa de redação do jornal conseguiu manter a publicação a funcionar, lutando contra um vasto conjunto de dificuldades a que todos tiveram de se adaptar.
Ao longo deste último ano em que passamos a estar bastante mais tempo em casa, o jornal teve de reinventar a sua forma de estar e de contactar os diversos intervenientes para que a publicação pudesse continuar a ser feita e entregue aos leitores. E, permitam-me uma confidência: já tivemos praticamente de tudo um pouco, desde a entrada da Covid na equipa de redação até aos confinamentos forçados, aos sustos, aos testes e às negativas…
Esta situação anormal revelou também que quando queremos mesmo fazer as coisas acabamos sempre por encontrar um caminho para atingir os nossos objetivos, com mais ou menos infortúnios, mais ou menos dificuldades, mas sempre focados naquilo que se pretende fazer.
O ano que agora termina deixa nas páginas da Folha, as mais diversas situações que o concelho de Montemor-o-Novo enfrentou no combate à pandemia, quais foram os seus principais protagonistas e como é que as pessoas enfrentaram esta situação única nas suas vidas. A história de como se está a viver este tempo difícil fica aqui gravada, através das inúmeras peças publicadas sobre a pandemia.
Um estudo publicado no ano passado pela Universidade do Minho sobre o impacto da pandemia na comunicação social, revelou que “durante o período da Declaração do Estado de Emergência (DEE), a pandemia da Covid-19 dominou a agenda jornalística, ocupando de forma esmagadora o trabalho de 68% dos profissionais que desenvolviam a atividade. Destes jornalistas, 39,3% disseram que o tema da Covid-19 representou três quartos do seu trabalho e 29% afirmaram que só trataram questões relacionadas com este assunto. Apenas 4,4% dos jornalistas inquiridos referem não ter tratado temas relacionados com a Covid-19”.
Mas nem só de pandemia se fez a Folha nestes últimos tempos. Apesar das limitações, a redação conseguiu manter um ritmo de entrevistas e de reportagens que permitiram manter viva e dinâmica a publicação, fruto de uma convicção forte de que o trabalho que fazemos vale a pena ser feito, porque ele é um reflexo da sociedade em que vivemos e esta é a forma de o deixar expresso, através das imagens e dos textos que foram publicados. No fundo, contamos mais histórias sobre esta sociedade montemorense e é essa a nossa razão de ser.
Mas o facto relevante é que estamos vivos e mantemos a vontade de continuar a levar para a frente este projeto de informar a sociedade, e colocar as pessoas a discutir as questões que mais interessam aos montemorenses.
Isabel Nery, no prefácio do livro ‘Tudo por uma boa história’, refere que o jornalismo “era a mais bela profissão do mundo. Não porque fale apenas do gozo que é ser dele testemunha (muitas vezes em primeira mão), mas, precisamente, porque não esfuma as dificuldades e contrariedades de se ser jornalista numa época em que a informação nunca foi tão fácil e barata, mas ao mesmo tempo tão perigosamente manipulável”. Esta é a principal razão para nos mantermos a trabalhar neste projeto.
Neste momento de aniversário quero também deixar aqui uma palavra forte e franca de agradecimento aos nossos anunciantes e aos nossos leitores que continuam a ler a Folha e que, no fundo, partilham este projeto connosco, por isso, estamos todos de parabéns. Obrigado.
A.M. Santos Nabo
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