Faz hoje 50 anos que o União venceu no dia 3-6-1973, no velhinho Estádio 1º de Maio o Marítimo do Funchal por 1-0. Esse jogo fazia parte da “liguilha” de acesso á 2ª Divião que o União acabou por vencer na penúltima jornada.
Sobre esse jogo Augusto Mesquita escreveu no livro “Contributo para a História do Grupo União Sport” o seguinte:
“No dia 3 de Junho de 1973 o Grupo União Sport recebeu no seu Estádio 1º de Maio o Marítimo da Madeira, e venceu por 1 a 0. Arbitro foi Inácio de Almeida de Setúbal.
União: Vital, Tivo I, Carraça (Doilio), Américo I, João Jaime, José Chico, Policarpo (Calhau), Moleirinho, José Luis, Américo II e Lipa.
Marítimo; Severino, Belarmino, Emanuel, Hilário, Isac, Andrade, Calisto, Ângelo, Orivaldo (Tininho), Joel e Noémio.
Pela primeira vez o Marítimo toma parte nos encontros oficiais da Federação Portuguesa de Futebol, e não foi bem-sucedido no começo da sua carreira.
Aqui em Montemor, onde veio defrontar o clube local foi derrotado.
O encontro iniciou-se com ambas as turmas num estudo mútuo. Este estudo permaneceu durante o 1.º quarto de hora, pois logo os dois grupos começaram num equilíbrio de jogadas, e jogadas essas onde houve futebol de bom nível,
O equilíbrio das duas equipas justificava o nulo verificado ao intervalo, para além de Orivaldo ter perdido o golo aos 32 minutos num bom lance de cabeça, aquando da marcação de um canto, e com Vital mesmo batido, mas o remate do Orivaldo, foi ao lado do poste direito.
O golo
No segundo tempo, os locais colocaram-se em vencedores, aos 63 minutos de jogo, quando os unionistas em contra ataque por intermédio de Américo II, este a exibir-se muito bem neste encontro, adiantou a bola para José Luis. Mas Severino saiu da baliza e chegou primeiro ao esférico, assim como Belarmino. Ambos perderam o sangue-frio, e José Luis, apoderou-se do esférico e deixou os dois por terra, entrando a passo com a bola até ao fundo das malhas. Este o lance que ditou a vitória dos montemorenses, o lance de grande infelicidade para o Marítimo!
O golo anulado
Aos 23 minutos, o fiscal de linha do lado da bancada anulou um tento aos unionista: Lipa junto à linha de cabeceira, onde muito bem entrou; e eis que apareceu Américo II a intervir de cabeça a fazer o golo. Mas o fiscal e linha justificou que Lipa havia centrado o esférico fora do retângulo. Se foi assim ou não foi, não podemos responder, não nos encontrava-mos em posição de podemos responder, não nos encontrava-mos em posição de analisar convenientemente o lance, e assim como o “bandeirinha” também estava atrasado em relação ao local onde decorreu o lance, para poder fazer assim justiça.
Que adiantar?
Que os unionistas realizaram uma boa exibição, comparada aquela outra com o Juventude aqui em “casa”, praticando bom futebol.
No Marítimo, não vimos realmente aquele conjunto” que esperávamos, e que nos tinham elucidado. Embora haja a considerar a frase de um dos dirigentes “A minha equipa não fez o melhor que sabe e pode”.
O autor salienta ainda que “do plantel dessa altura 15 dos jogadores eram naturais de Montemor-o-Novo”
A arbitragem
Excelente trabalho do Sr Inácio de Almeida. Cumpriu e fez cumprir as leis do futebol.
Troca de lembranças
Os dirigentes do União, ofereceram aos insulares, um tarro de cortiça, um emblema do GUS, um galhardete e uma garrafa de poejo.
Os madeirenses ofereceram uma garrafa de vinho da madeira, um bolo de mel e um galhardete.
(Página da reportagem do jornal A Bola publicada no dia seguinte 4-6-1973)
Inauguração da 1ª fase da sede
Antes do início do jogo, foi inaugurada a 1ª fase da sede do Grupo União Sport, sita no Estádio 1º de Maio. (Até esta data a sede estava situada na Rua Capitão Pires da Cruz)
Augusto Mesquita sobre esta nova localização da sede do GUS, escreveu no referido livro: “Infelizmente a obra não continuou e ficou-se pelo primeiro piso, com a placa a servir de cobertura. Até que, em 17 de Novembro de 1982, fruto do trabalho desenvolvido pela Comissão Pró-Sede, presidida por Luís Catarino, a obra projectada pelo arquiteto Sá Reis estava concluída, e a sede do Grupo União Sport foi finalmente inaugurada e entregue pela Comissão ao Clube, livre de qualquer encargo. Este sonho, só foi possível, graças à organização de um Cortejo de Oferendas, à realização de um sorteio semanal, à angariação de materiais e de dinheiro, a empresas e a particulares, e ainda, à realização de muito, muito trabalho voluntário. Após a construção das bancadas cobertas, a sede foi transferida para este local, e a antiga sede foi arrendada”.
MF Novo
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