Num ambiente impossível de imaginar, a Folha completa neste mês o seu 31.º aniversário. Com os redatores confinados em casa, mas com o acesso fácil e rápido que a tecnologia hoje permite, a edição de abril progrediu e as peças foram surgindo para fechar jornal.
Com o mundo inteiro no meio de uma pandemia cuja dimensão a nossa geração nunca tinha visto, a vida de cada um nós está a mudar de forma drástica em todos os sentidos, desde as inovações para se poder trabalhar através de casa, até ao convívio social feito apenas através de redes sociais e telemóveis.
Neste sentido, questiona-se que papel deve o jornalismo desenvolver em cidades pequenas como aquela em que vivemos e onde a informação também circula a uma velocidade vertiginosa.
O jornalismo destes dias deve, em primeiro lugar, ser um jornalismo sério, sem alarmismos e teorias da conspiração, que diga a verdade, qualquer que ela seja. Como é natural, as redes sociais estão cheias de ideias e de pretensas notícias, por isso, as notícias sérias feitas pelas pessoas certas podem e devem fazer a diferença.
Para além da seriedade, a deontologia a que os jornalistas estão obrigados tem hoje um papel cada vez mais importante, uma vez que falamos de pessoas, de situações complexas que envolvem pessoas e da dor de muitos dos que nos são próximos, pelo que devemos evitar a exposição daqueles que estão a sofrer com toda esta situação.
Considerando que o momento que estamos a enfrentar é especial, a forma como aqueles que sobreviverem à pandemia acabarão por sair dela também vai obrigar a que se veja o futuro de forma diferente do presente. Esta alteração, como é lógico, também se vai dar no jornalismo e na forma como os órgãos de comunicação social se relacionam com a sua comunidade. Em que medida essa mudança será feita ainda não sabemos, mas que será diferente não temos dúvidas nenhumas.
Depois de termos passado pelo mais difícil ano da nossa história, estamos a tentar “levantarmo-nos do chão” para poder manter este projeto vivo, mas esta crise que desabou em cima de todos nós não vai ser fácil de ultrapassar, pelo que o ano que temos à nossa frente vai ser difícil.
Contudo, vamos ter confiança e um pensamento positivo neste mês de aniversário porque todos estamos de parabéns, aqueles que continuam a fazer a Folha, aqueles que a vão utilizando para promover os seus produtos e atividades através da publicidade e a principal razão deste projeto, os leitores que nos acompanham há mais de três décadas.
Obrigado a todos por fazerem parte da Folha.
A.M. Santos Nabo
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